Bento Leme de Oliveira

Batizado em Itu em 26 de abril de 1743 por José da Veiga da Costa e pela irmã Maria de Jesus, beata da ordem do Carmo.

Bento Leme de Oliveira e seu irmão Felix estava na malfadada colônia de Iguatemi, em 1770, como sargento da 12.ª esquadra na companhia do capitão Joaquim de Meira Siqueira. Seus irmãos Rafael Leme de Oliveira e Felix eram soldados da 15.ª esquadra.

No MP de 1773, em Apotrebu:

• Bento 26
• Maria Francisca 20
• Maria 5
• Ana 4
• João 1
• 4 escravos

Por volta de 1786 faleceu sua esposa. Em 19 de dezembro de 1787 Bento casou-se novamente, em Sorocaba com Maria dos Santos Chaves, viúva de Antonio Pereira da Silva. Estavam presentes o tenente coronel Paulino Aires de Aguirre, viúvo de Ana Maria de Oliveira e Alexandre Pessoa da Silva casado com Ana dos Santos Chaves.

Aparece como n.º 54 na 2.ª esquadra do Capitão Carlos Bartolomeu de Arruda, no MP de Itu de 1790. 10 escravos. José Leme de Oliveira, seu irmão aparece na mesma casa:

• Bento Leme de Oliveira, 49
• João Francisco, 17
• Maria, 16
• Ana, 15
• José, 10
• Pedro, 9
• Felix, 7
• Ana, 6
• Rosa, 3

Aparece como n.º 34 na 2.ª esquadra do Capitão Carlos Bartolomeu de Arruda, no MP de Itu de 1790. 10 escravos. José Leme de Oliveira, seu irmão aparece na mesma casa:

• Bento Leme de Oliveira, 48
• Maria dos Santos, 42
• João Francisco, 21
• José, 16
• Pedro, 12
• Felipe (que depois é Felix), 10
• Ana, 14
• Rosa, 6
• Jose (seria o filho de seu irmão José Leme de Oliveira que vem junto como morador?), 9

Aparece como n.º 47 na Companhia do Capitão Carlos Bartolomeu de Arruda, no MP de Itu de 1791. 8 escravos. Dos são 17 vizinhos seguidos aparentados no Bairro do Apotrebu:

• Bento Leme de Oliveira, 51
• Maria dos Santos, 42
• João Francisco, 18
• José, 16
• Pedro, 11
• Felipe (que depois é Felix), 10
• Ana, 14
• Rosa, 8
• Josefa (que depois é Ana Joaquina), 7

Aparece como n.º 52 na Companhia do Capitão Carlos Bartolomeu de Arruda, no MP de Itu de 1792. 6 escravos e um agregado. Dos n.ºs 45 a 51, estão sua cunhada e sobrinhos.:

• Bento Leme de Oliveira, 50
• Maria dos Santos, 54
• João Francisco, 17
• José, 16
• Pedro, 12
• Felix, 10
• Ana, 15
• Ana Joaquina, 8
• Rosa, 6

(Antonia e Escolástica devem ser falecidas em criança, Maria Arcângela já casada, Felipe mudou o nome para Felix).

MP 1793 pp9 Tem o filho Pedro leme de Oliveira com cabeça da casa pois era 1.º cabo na de Pirahy de Baixo com 8 escravos. Os tios Felix e João de Oliveira Leme eram vizinhos: Pedro Leme de Oliveira 19 Bento Leme de Oliveira 58 Maria do Santos 50

• João auxiliar, 20
• José, 18
• Felix, 11
• Rosa, 8

No início de 1794 estava morando em Araçariguama pois ali sua esposa e filho José foram padrinhos. Sabemos que os registros costumam ser inconsistentes nos detalhes mas parece que em julho do mesmo ano estava morando em Itu conforme o registro de Rafael.

Algum tempo após seu segundo casamento, mudou-se para Piracicaba, de onde foi antigo morador. Já estavam morando em Piracicaba em 17 de fevereiro de 1798 pois nesta data compareceram a Araçariguama para serem padrinhos de seu neto Pedro, filho de João Francisco, de onde provém esta informação. Ali, com sua segunda esposa Maria dos Santos, foi padrinho em 1.º de maio de 1798 de duas crianças, Joaquim, filho de Bernardo José Ferreira e Ana Maria; e de Isabel, filha de Antonio Rodrigues e Maria Pais. Com esta esposa foi padrinho novamente em 27 de outubro de 1799 de Maria, filha de Antonio Gonçalves e Ana Joaquina. Estes provavelmente parentes de seu futuro genro Miguel Antonio Gonçalves. Novamente em 9 de fevereiro de 1800, de Rita, filha de Manuel lopes e Rosa Soares. Em 27 de agosto de 1801 foram padrinhos de Maria, filha de Maria Flora de Campos, solteira. Em 3 de setembro de 1801 Maria dos Santos Chaves foi madrinha de Josefa, filha de Genoveva Maria, solteira. Em 7 de novembro de 1802 de Maria, filha de Tomé de Oliveira e Maria Batista, deste Tomé havia já uns três registros de filhos mais velhos. Em 1.º de julho de 1804 Maria dos Santos Chaves foi madrinha de Sebastião, filho de Sebastião Leme da Costa e Maria Domingues. Em 22 de maio de 1807, Bento Leme de Oliveira foi padrinho de Isabel, filha de Anacleto da Silva e Ana Vicência. Em 8 de setembro de 1807, Ana Eufrozina, 3.ª esposa de Bento Leme de Oliveira foi madrinha de Antonia, filha de Tomé de Oliveira e Maria Batista. Em 29 de junho de 1809 de Pedro, filho de Antonio Maciel de Inácia Maria. em 21 de janeiro de 1810 a João, filho de Tomé de Oliveira e Baria Batista. Batizando filhos dele pela terceira vez ... seria este Tomé de Oliveira um parente? Em 2 de fevereiro de 1811, João, filho de Venâncio Joaquim Leme e Maria Antonia dos Santos.

A segunda esposa de Bento Leme de Oliveira, pois tinha um irmão desse nome, suspeitamos ser irmã Francisco dos Santos Chaves, marido de uma das filhas de Bento. Maria dos Santos Chaves fora antes casada com Antonio Pereira da Silva, por cerca de vinte anos, e dele deve ter tido diversos filhos, dos quais descobri apenas dois. Eram moradores de Sorocaba.

Talvez ela fosse parente de Inácio de Almeida Lara que com outros, moradores da povoação de Piracicaba, termo da Vila de Itu, na estrada que vai para a mesma povoação, obtêm carta de sesmaria sobre «quatro legoas de terras em quadra», em 1.º de abril de 1797. O capitão-general Antonio Manoel de Mello Castro e Mendonça concede nova carta de sesmaria a Inácio de Almeida Lara, Bento Leme de Oliveira, em terras da povoação de Piracicaba, distrito de Pôrto Feliz. Essas terras, confirmadas em 24 de maio do mesmo ano, com quatro léguas de testada e duas e meia de sertão estendiam-se em direção e parcialmente onde hoje fica o município de Santa Bárbara, chegando à margem do Rio Piracicaba. Em 1802, Sebastião Leme da Costa, morador de Piracicaba, de cujos descendentes Bento Leme de Oliveira foi padrinho diversas vezes, recebeu uma carta de sesmaria de meia légua contígua às terras que já possuía, chegando ao limite das terras de Bento de Oliveira, de quem passou a ser vizinho. Especulo que essa sesmaria teria sido uma recompensa pelo seu serviço no forte de Iguatemi.

A sesmaria padrão era de meia légua² = 450 alqueires. Essa sesmaria concedida a Bento Leme de Oliveira mediria 18.000 alqueires? O valor de uma légua seria cerca de 7 km?

Há um registro de venda pública em 9 de junho de 1816, do Sitio Taquaral de Inácio de Almeida Lara e Pedro Lemos de Oliveira (seria Bento Leme de Oliveira, ou Pedro Leme de Oliveira, seu filho?), situado na estrada de Itu (hoje rodovia do Açúcar), proveniente de parte de uma concessão de sesmaria, por 1.300$000 para Nicolau Pereira de Campos Vergueiro e Luis Antonio de Sousa. Esta venda deu-se dez dias antes da morte de Bento Leme de Oliveira aos 73 anos de idade.

Bento Leme de Oliveira, inventariado em 1816 em Porto Feliz, foi 1.º casado com Maria Francisca Leite, falecida em 1786 em Itu, f.ª de Antonio da Silveira Goulart e de Maria Leite da Silva; 2.ª vez com Maria de Chaves em Sorocaba em 19 de dezembro de 1787, e 3.ª vez em Piracicaba em 2 de janeiro de 1806, com Ana Eufrozina do Amaral, na presença de Antonio José Correia e do capitão Francisco Franco da Rocha. Sem geração da 2.ª mulher, porém, da 1.ª teve oito filhos descobertos por Silva Leme aos quais acrescentamos mais três que ficaram sem continuidade:

• Felipe, batizado em 7 de julho de 1778 em Araçariguama pelos tios Pedro da Silveira Goulart e Ana Maria de Abreu cc. Joaquim da Silveira Leite. Que se casou em em Campanha, Minas gerais e teve três filhos. Sua esposa casou-se depois com seu irmão Felix (descobrimos pelos MPs que Felix e Felipe são o mesmo).
• Escolástica, batizada em Araçariguama em 3 de março de 1784 por Ana Maria de Abreu e seu marido Joaquim da Silveira Leite. Possivelmente falecida em criança pois não vem no MP de 1792.
• Antônia, nascida em 6 de julho de 1785 e batizada aos 13 em Araçariguama por Rafael Leme de Oliveira e Ana Leite Goulart. Possivelmente falecida em criança pois não vem no MP de 1792.

E da 3.ª:

• 5-9 Francisca, em 1808.
• 5-10 João Feliciano do Amaral.
• 5-11 Mafalda, em 1816.

Joaquim do Amaral Gurgel, segundo informações, teria cc. Francisca ou com Mafalda, ambas filhas de Bento Leme de Oliveira e Anna Eufrosina do Amaral (em Hortas). (SL.4.178 e 5.239). - Obs.: Uma Mafalda Eufrozina do Amaral, cc. Evaristo Manoel de Almeida, com pelo menos: Evaristo do Amaral, b. 1837, Francisco de Almeida, b. 1838, Sebastiana de Almeida, b. 1842, Joaquim de Almeida, b. 1843, Anna de Almeida, b. 1844, Sebastião de Almeida, b. 1847, Maria de Almeida, b. 1849, Sebastião de Almeida, b. 1851, todos em Campinas, SP, alguns na igreja de NS da Conceição. (FS).

Não sabemos a data em que mudou para Piracicaba mas lá já estava em 1798. Em 1.º de maio de 1898, com sua esposa Maria dos Santos, foi padrinho de Joaquim, filho de Bernado José Ferreira e Ana Maria; e também de Isabel, filha de Antonio Rodrigues e Maria Pais. Em 27 de agosto de 1801 foram padrinhos de Maria, filha de Maria Flora de Campos. Em 7 de novembro de 1802 foram padrinhos de José, filho de Tomé de Oliveira e Maria Baptista. (este Tomé teve diversos outros filhos que não anotei). Maria dos Santos Chaves foi madrinha em 1.º de julho de 1804 em Piracicaba, de Sebastião, filho de Sebastião Leme da Costa e Maria Domingues. Em 26 de maio de 1807 Bento Leme de Oliveira e sua 3.ª esposa, Ana Eufrozina do Amaral, foram padrinhos de Isabel, filha de Anastácio da Silva e Ana Vicência, em Piracicaba. Ana Eufrozina foi madrinha em 8 de setembro de 1807 de Antonia, filha de Tomé de Oliveira e Maria Batista. Foi também madrinha de Ana, filha de José Antonio e Isabel do Rego em 5 de fevereiro de 1808. Em 29 de junho de 1809 o casal foi padrinho de Pedro, filho de Antonio Maciel e Inácia Maria. Em 2 de fevereiro de 1810 de João, filho de Venâncio Joaquim Leme e Maria Antonia dos Santos.

Em 10 de dezembro de 1802 Bento Leme de Oliveira, Sebastião Leme da Costa e outros sete moradores de Piracicaba foram autores e signatários de um abaixo assinado enviado ao senado provincial contra o sargento-mor Carlos Bartolomeu de Arruda acusando-o de ser pessoa colérica e vingativa, que usa o cargo público para obter benefícios pessoais; que se servia dos moradores apenas em seu interesse; que incitava os moradores a não pagarem o dízimo por ter desavenças com o contratador; que tirava terras de uns para distribuir entre seus apaniguados e que tirava os trabalhadores daqueles que não gostava; que da mesma forma se opunha à justiça em interesse de seus apaniguados; que era libertino e escandaloso, vivendo em concubinato há seis anos, estando sua esposa viva; que se opunha à construção da igreja em suas terras querendo obrigar todo o povo a passar de canoa o caudaloso rio para satisfazerem suas obrigações religiosas e finalmente, que dizia a todos que era muito melhor ir a uma caçada que ir ouvir missa e que assim o fazia, para grade gaudio do povo que não o queria por perto; e que já tinha grande inimizade com o vigário pois este o queria corrigir.

Faleceu com sacramentos e deixou ao padroeiro 6$400 Reis em legado; e determinou que pela sua alma se rezariam trinta missas e mais cinco à Nossa Senhora da Conceição. Foi encomendado e acompanhado solenemente; e sepultado das grades para cima.

Ana Eufrozina do Amaral casou-se pela segunda vez em Piracicaba em 11 de março de 1817 com João Carlos da Cunha Abreu.

Nota: apesar de Silva Leme informar que os filhos moravam em Porto Feliz, (pois lá encontrou seu inventário) na realidade moravam em Piracicaba, termo dividido entre Porto Feliz e Itu na época. Nessa mesma cidade morava então o tenente Feliz Antonio do Prado, parente de Bento Leme de Oliveira.