Antonio Castanho da Silva

Antonio Castanho da Silva, natural de Thomar, de nobreza qualificada, segundo Silva Leme attesta, tinha rica fazenda em Parnahyba onde cultivava lindo pomar de fructas europeas. Pedro Taques affirma que nesse pomar teve grande numero de nogueiras maiores que as da Europa. A fertilidede das terras era prodigiosa. Porem, preferiam os pomos de prata da longinqua Potossi.

(Da delicia das fructas de seu pomar às terras extranhas onde terá sepultura) Os paulistas penetravam sertão a dentro e foram até as minas de Potosi aonde trouxeram muitas arrobas de prata. Lá falleceu Antonio Castanho da Silva, Como consta da certidão do Inv. e Test. vol. VI, 216:

"Certifico yo el licenciado Lorenço de Mendoça cura beneficiado deste assiento de Minas de Potossi y sus anexos en la provincia de los Chicos del Pirú que és verdad que en este dicho assiento en noeve dias del mes de Setbre deste año de mil y seis sientos y veinte y dos y enterre en la Igla deste dito assiento de Minas a Antonio Castaño portugues segun y como queda y está assentado en el libro de los defuntos desta dita Igla al qual Antonio Castanho yo el licenciado Lorenço de Mendonça communique y trate familiarmente en esta dita prov.ª y del supe ser natural de la villa de Tomar en el Reino de Portugal y casado en el Brasil en el lugar de San Pablo y por ansi ser verdad y me ser pedida esta lodi firmada de mi nombre que es fecha en este dicho assiento de Minas de Potossi en la provincia de las Chichas de Pirú en ocho dias del mes de otubre de mil y seis sientos y vinte y dos años y los dipos dos duplicados. El licenciado Lorenço de Mendoça". Vê-se, portanto, que de Parnahyba tambem partiam excursionistas às longinquas paragens do Perú em busca de prata e outros metaes preciosos.

Interessante é a amizade que se nota pelo documento acima, do cura das minas de Potosi para com o fazendeiro illustre e nobre de Parnahyba. Este cura depois iremos encontral-o na prelazia do Rio de Janeiro.

Informação retirada do livro "Notas para a Historia de Parnahyba" (Publ. 1935) escrito pelo Padre Paulo Florêncio da Silveira Camargo, Vigário de Santana de Parnaíba no começo do século passado.