Ana Leite Goulart

Ana Leite Goulart nasceu em Araçariguama em 7 de outubro de 1736 e faleceu em Itu em 31 de janeiro de 1708. Casou em Araçariguama em 26 de novembro de 1753 com Rafael Leme de Oliveira, filho de Francisco Leme de Alvarenga e Rosa de Oliveira. Ele foi batizado em Itu em 19 de setembro de 1730 e faleceu na mesma cidade em 8 de outubro de 1789.

Ana foi batizada com nove dias, em Araçariguama, aos 16 de outubro de 1736. Teve por padrinhos o Padre Antonio Bacelar da Companhia de Jesus e Potência Leite filha solteira de João dos Santos Leite, irmã de sua mãe. Com catorze anos, Ana foi madrinha de sua irmã Justina, nascida em 1749 e depois do irmão Pedro, em 1755.

Casou-se com Rafael de Oliveira Leme em Araçariguama aos 26 de novembro de 1753 na presença de Luiz Pedroso de Barros e Inácio Xavier de Barros. Para se casarem, Rafael e Ana responderam a processo matrimonial iniciado em 12 de novembro de 1753.

Rafael Leme de Oliveira, primogênito de Francisco Leme de Alvarenga e Rosa de Oliveira, foi batizado em Itu em 19 de setembro de 1730 tendo como padrinhos João Gonçalves Tavares e Ana de Souza.

Em 1763 Rafael depôs a favor de seu sogro, contra Luiz Pedroso de Barros, no já citado processo que o segundo moveu contra o primeiro. Nessa ocasião, Rafael se declarava tropeiro no Caminho de Santos, residente em Itu. Moravam em um sítio localizado entre Araçariguama e Itu, no bairro rural do Apotrebu. Seu sítio ficava às margens do rio Tietê, até o córrego Gerobetuba, e em 1765 era avaliado em 500$000. Nele tinham engenho de açúcar e dezoito escravos trabalhando as terras onde além de cana produziam mantimentos para sua casa.

Em 1770, Rafael Leme de Oliveira e seus irmãos Bento e Felix foram convocados e estavam na malfadada colônia de Iguatemi, como soldados da 15.ª esquadra na companhia do capitão Joaquim de Meira Siqueira enquanto Bento era sargento da 12.ª esquadra. Rafael aparece no censo de 1787 de Itu como cabo da 2.ª esquadra, do Capitão Carlos Bartolomeu de Arruda, no bairro do Apotrebu, então com 30 escravos.

Em 1785 o casal batizou o sobrinho José, filho de Joaquim da Silveira Leite, cujo primeiro batizado, tendo Maria Leite da Silva, avó do batizando, como madrinha, não foi aceito por ser esta muito velha e não poder se locomover até Araçariguama. De fato, ela morreu muito pouco tempo depois.

Rafael Leme de Oliveira faleceu em Itu em 9 de outubro de 1789, com os sacramentos, foi sepultado na Igreja do Carmo de Itu, por ser irmão da ordem 3.ª, amortalhado no hábito da mesma. Foi inventariado em 1790 em Itu. Tiveram 12 filhos, naturais de Itu.

Ana Leite Goulart continuou morando em seu sítio, com os quatro filhos solteiros. Sua irmã Justina Faleceu em 1788 e seu marido em 1800, depois de sua morte os dois filhos caçulas de Justina, Bernardo e Ana, vieram morar com ela. Diversos filhos casados moravam ao lado, também alguns cunhados, e irmãos, bem como alguns filhos de seu irmão Luiz e de sua irmã Francisca. Nessa época, entre ela e os filhos, eram ajudados por 47 escravos. O filho Antonio, que nunca se casou era um dos vizinhos.

Ana Leite Goulart faleceu de sufocamento em 31 de janeiro de 1808, sendo sepultada no Carmo em Itu, ordem da qual era irmã terceira, ao pé do altar de Santa Ana. Fez testamento a 22 de dezembro de 1808, onde declara naturalidade, filiação, cônjuge e descendência. Foi inventariada no mesmo ano em Itu pelo filho Manuel de Oliveira e Silveira.

Em seu testamento, bastante roído por traças, boa parte ilegível, Ana informou sua filiação e declarou ter tido quinze filhos de seu marido Rafael Leme de Oliveira, dos quais onze, estavam vivos por ocasião de seu testamento, e eram seus legítimos herdeiros, além alguns netos, filhos de outros filhos já falecidos.

Além de grande lista de móveis e utensílios o inventário cita seus escravos, um sítio onde morava, de 100 braças de testada por 400 braças de sertão até o rio tietê, com duas casas cobertas por telhas e o engenho; uma porção de terras de duzentas braças de testada e sertão até o rio Tietê, em campo, partindo de um lado vizinha das terras que foram de seu cunhado José Leme de Oliveira e que então pertencia, aos herdeiros de seu irmão capitão Pedro da Silveira Goulart, e de outro lado com seu próprio sítio anteriormente descrito, além de outra porção de terras com 150 braças de testada que principiam no mesmo Rio Tietê e vão até o córrego Jurubatuba, partindo com Domingos Bicudo e Lourenço Carvalho, cujas terras foram compradas do dito falecido José Leme de Oliveira; uma morada de dois lances na Rua da Palma em Itu, coberta de telhas, vizinha da casa do falecido padre Antonio Francisco de Luz e hoje do coronel Brás Carneiro Leão do rio de Janeiro, na parte de baixo vizinha da casa do tenente Felix Antonio do Prado, com quintal que vai até a rua do Conselho.

Os filhos de Ana Leite Goulart e Rafael Leme de Oliveira foram:

1. José da Silveira Leme (c.1754-1822)
2. Ana Maria de Oliveira Leme (1756-?)
3. Maria de Oliveira Leite (1758-?)
4. Rafael da Silveira Leme (1760-1845)
5. Rosa Maria de Oliveira (1762-c.1804)
6. Antonio Leme da Silveira (1764-1826) foi batizado em 05 de agosto de 1764 em Itu por seu tio Inácio Leite da Silveira e Mécia Leme, filha solteira de José Leite da Silva, prima de sua mãe. Em 1825 morava no seu sítio no Apotrebu, tinha 8 escravos e vivia de sua tropa. Faleceu de câncer na próstata, solteiro aos 62 anos de idade em Itu, em 6 de novembro de 1826, com sacramentos. Seu corpo foi recomendado, acompanhado solenemente, e enterrado na matriz. Deixou testamento, de cujo inventário em 1826 e prestação de contas em 1829, foi responsável Pedro Leme da Silveira. Sem geração.
7. Justina Leite de Oliveira (1766-?)
8. Ângela de Oliveira (1768-1805)
9. Agostinha, infante (1770-) nascida em Itu no primeiro semestre de 1770, porém deste período não há registros. Entretanto aparece no censo de itu de 1775 com 6 anos de idade. Faleceu na infância.
10. Joaquim de Oliveira (1771-?) foi batizado em 25 de dezembro de 1771 em Itu tendo por padrinhos Francisco Dias da Silva e sua mulher Maria Pereira. Estava com 19 anos por ocasião da morte do pai e é citado em seu testamento. Em 1794, com 23 anos de idade, morava com a mãe. Em 1796 não estava mais com a mãe. Pela comparação dos censos de Itu e do testamento de Ana Leite Goulart, onde não é citado, Joaquim de Oliveira faleceu sem herdeiros entre 1796 e 1808.
11. Infante (1773-?)
12. Francisco de Oliveira Leite (1775-1818)
13. Manuel de Oliveira e Silveira (1777-1846)
14. Infante (1779-?)
15. Antonia Silveira Leite de Oliveira (1781-?)

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Outras Informações:

GP Lemes pp. 213:

"6-2 Anna Leite Goulart, f.ª de Antonio da Silveira Goulart, foi casada com Raphael Leme Oliveira, falecido em 1790 em Itu, f.° de Francisco Leme de Alvarenga e de Rosa de Oliveira. Com geração em Tit. Alvarengas Cap. 3.º § 7.º"

Ana nasceu em Araçariguama no dia 7 de outubro de 1736, filha de Antonio da Silveira Gularte e Maria Leite da Silva (ACMSP, Livro nð 10.1.45, Batismos Araçariguama, fls. 108v).

Anna filha de Antonio da Silveyra e de Sua molher Maria Leyte nasceu aos Sette de Outubro de mil Sette Centoz, trinta, e Seis annoz, foy bautizada aos catorze do mesmo mez e era pelo Padre Antonio Barcellar da Companhia de Jesus de licença minha: foram padrinhos o mesmo Padre Bautizante, e Potencia Leyte Solteyra filha de Joam dos Santos Leyte, e lhe pos os Santos Oleos; de que para constar fis este aos vinte, e nove do mesmo mez, e era ut Supra.

Foi madrinha no batizado de sua irmã Justina em 1749.

Casou-se com Rafael de Oliveira Leme em Araçariguama aos 26 de novembro de 1753 na presença de Luis Pedroso de Barros e Inácio Xavier de Barros.

Morava em Itu em 1755 quando foi madrinha de seu irmão Pedro.

Era viva por ocasião da morte do marido, em outubro de 1789.

Filhos que descobri, todos nascidos em Itu:

1. José da Silveira Leite cc. Maria Antonia de Almeida
2. Maria de Oliveira Maria cc. Francisco Xavier de Godoy
3. Manoel Leme de Oliveira batizado em
4. Anna de Oliveira Leme batizada em 7 agosto 1756 cc. Antonio de Almeida Leme e depois cc. Tomé João de Almeida
5. Raphael Leme da Silveira batizado em 4 dezembro 1760 cc. Maria Leite do Amaral em 1789 em Porto Feliz.
6. Rosa Maria de Oliveira batizada em 22 agosto 1762 cc. Jeronimo Antonio de Oliveira
7. Antonio da Silveira Leme batizada em 5 agosto 1764.
8. Justina Leite batizada em 26 maio 1766 in Itu, cc. Manoel Garcia Leal em 1790 in Itu.
9. Angela de Oliveira batizada em 9 março 1768, cc. Antonio Garcia Leal
10. Joaquim de Oliveira batizado em 25 de dezembro de 1771 em Itu.
11. Francisco de Oliveira Leite batizado em 16 de maio de 1775, cc. Anna Maria.
12. Antônia de Oliveira batizada em 15 de novembro de 1881 pelo tio Joaquim da Silveira Leite e Ana de Oliveira, irmã do bebê. Antônia cc. Antonio Pereira da Silva em 1796 in Itu.

Vem no MP de Itu de 1790 nº 38 da segunda esquadra do capitão Carlos Bartolomeu de Arruda, com dois agregados e 29 escravos:

• Ana leite Goulart,
• Rafael, 28
• Antonio, 24
• Joaquim, 16
• Francisco, 14
• Manuel, 10
• Justina, 22
• Ângela, 20
• Antonia, 7

Segundo o óbito, faleceu de sufocamento em 31 de janeiro de 1808. Foi inventariada pelo filho Manuel de Oliveira e Silveira em Itu no mesmo ano.